A escalada de tensão em Los Angeles (EUA), que vive dias de confrontos violentos entre manifestantes e autoridades, pode ser classificada como "crise muito bem-vinda" para o presidente americano, Donald Trump, avaliou hoje a colunista Mariana Sanches no UOL News, do Canal UOL.
É uma crise enorme e muito bem-vinda para o presidente Donald Trump, porque, menos de 24 horas antes da tensão em Los Angeles começar e escalar, o que a gente via era o mais rumoroso rompimento entre aliados que Washington viu nas últimas décadas. Mariana Sanches, colunista do UOL
Os distúrbios começaram no fim de semana na região de Los Angeles entre imigrantes e as forças de ordem. Os manifestantes foram às ruas em protesto contra a política imigratória de Trump. A Casa Branca reagiu de forma polêmica e anunciou o envio de 2 mil soldados para a Califórnia.
Além dos milhares de soldados, Washington anunciou que 500 fuzileiros navais estavam de prontidão e poderiam ser enviados para a região, o que seria um gesto sem precedentes. O governador do Estado, Gavin Newsom, chamou o movimento de uma "crise fabricada" por parte de Trump e com o objetivo político e militar de impedir a ação de estados e da oposição.
A crise em Los Angeles eclodiu dois dias depois do rompimento entre o presidente e o bilionário Elon Musk, seu ex-aliado. Ambos iniciaram um embate público na última terça-feira (3), quando o dono do X chamou o novo orçamento do republicano de "abominação repugnante". Trump então rebateu dizendo que pediu para Musk deixar o governo e o chamou de louco em uma publicação.
Ao Canal UOL, Mariana disse que a nova crise enfrentada por Trump serve para tapar a crise do rompimento com Musk.
Mas se tem uma coisa que o trumpismo sabe, e sabe muito bem, melhor do que conter uma crise (silenciando o problema) é arrumar uma crise muito maior para chamar a atenção.
E, neste caso, não podia vir mais a calhar: porque aí temos uma das agendas centrais do presidente Trump, que é a imigração, em seu segundo mandato, num estado que é profundamente democrata.
Quer dizer: o nome do governador Gavin Newsom é, provavelmente, hoje, o nome mais importante do partido Democrata. É potencialmente um adversário dos republicanos para a eleição daqui a três anos. Mariana Sanches, colunista do UOL
Mariana também falou que as operações contra imigrantes, que estavam concentradas na costa Leste, começaram a ser intensificadas na costa Oeste.
Muitas detenções contra imigrantes estava acontecendo na costa Leste, mas, de repente, o presidente determinou que as forças do ICE (Serviço de Imigração) começassem a intensificar na Califórnia. E as operações chegaram a Los Angeles, uma cidade formada por 1/3 de imigrantes e que é profundamente democrata. Era um choque evidente.
Quando o choque começa, o que o presidente faz é começar a escalá-lo. É a primeira vez desde 1960 que um presidente envia Forças Armadas à revelia de um governador de Estado. Mariana Sanches, colunista do UOL
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